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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

MENINO POBRE DE SERRA DO AIMORÉS VIRA MURALISTA PREMIADO NO BRASIL E NO EXTERIOR

Consagrado por sua arte, Luiz Costa enfrentou muitas dificuldades na vida. Ao chegar a Brasília, no fim dos anos 60, morou em um armário de central elétrica e lavou carros, mas aos poucos mostrou a que veio. A pintura sempre foi a sua meta.


Quando Luiz Costa recapitula as memórias da vida que levou até hoje, o que ele faz, na verdade, é tecer uma colcha de retalhos que conta como ele, um dos 16 filhos de seu Altino e dona Zelita Leão, deixou de ser um menino pobre, "largado do talo", de Serra dos Aimorés (MG), para se tornar um pintor e muralista premiado no Brasil e no exterior. Conviveu com Alfredo Volpi, Di Cavalcanti, Carlos Bracher. Considerando que a "arte é uma predestinação", como ele sustenta, o ônibus que o tirou do interior mineiro aos 13 anos - a primeira vez em que ele calçou sapatos - só poderia ter um destino: Brasília. Costa saltou do ônibus nas terras da nova capital brasileira em 11 de fevereiro de 1969, uma terça-feira de carnaval. Teve que fazer da rua uma casa.


Hoje, o nome e a obra de Luiz Costa são consagrados e reconhecidos. Sua marca registrada, a figura de um boneco que ficou apelidado de Candango, é um trabalho de aperfeiçoamento que já dura 20 anos. Tanto esforço realizou o sonho do menino de Serra do Aimorés. Não só Luiz Costa vive da obra, como vive muito bem. O retorno que dá a Brasília — “que me deu régua e compasso”, atenta — é uma biblioteca com 3 mil exemplares de livros de artes aberta ao público e um instituto de educação artística e ambiental, que atua com crianças de escolas públicas e particulares. Contanto que deixem o homem pintar, para ele não tem tempo ruim. “Mas se eu não pinto, sinto que o dia não passou. Aí, vem o mau humor”, confessa.Os planos para o futuro incluem a fundação de uma escola de arte. “A pintura é muito cruel. É uma das poucas para as quais o tempo conta a favor. Depois de 50 anos é que ela começa a dar resultado, formar uma marca. Muitos grandes pintores morrem antes de ser reconhecidos.” Com Luiz, a arte deu o braço a torcer.

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